“Cricklewood Town Square” é o nome da intervenção feita pela agência Spacemakers que trouxe novos espaços públicos móveis a Cricklewood, um bairro na periferia de Londres onde quase não existem equipamentos públicos como bancos nas ruas, praças ou bibliotecas.
O projeto foi financiado com recursos do município de Londres como protótipo de um projeto mais amplo de renovação urbana que acontecerá posteriormente e que inclui os demais subúrbios da cidade.
Mais detalhes e imagens a seguir.
A intervenção consiste em uma bicicleta que transporta uma pequena réplica de um edifício público – com a arquitetura típica do lugar, em alvenaria – pelos cinco lugares menos valorizados do bairro, com baixa concentração de atividades. Assim, o objetivo é que notem como uma simples ação pode mudar a ideia que se tem deles e como os espaços públicos afetam as pessoas.
Nos locais onde a casa móvel foi instalada, foram criados parques de 10 metros quadrados que contam com elementos que não estão ao alcance das pessoas todos os dias como bancos, livros, mesas com tabuleiros de xadrez e guarda-sóis. Foi criado também, em um estacionamento e em uma calçada, um cinema ao ar livre, montado sobre a mesma casa.
“Cricklewood Town Square” foi baseado em um estudo sociológico de William Whyte, feito em Nova Iorque nos anos 80, que demonstrou como um espaço bem projetado pode atrair mais atividades. A pesquisa considerou, na época, um projeto lançado no Brooklyn em que, através da conversão de pequenos lotes vagos em praças públicas, se obteve a redução da delinquência.
O responsável pela intervenção, Tom James, disse que “os espaços públicos significam que não é preciso pagar para estar neles (...), porque os lugares deste tipo, em todo o pais, tem sido agressivamente privatizados e em alguns lugares não é possível andar de bicicleta ou tirar uma foto sem permissão (...) nos espaços públicos é possível encontrar pessoas não necessariamente conhecidas mas que são como você.” É um espaço que pode servir para protestos, onde podemos tomar consciência do nosso papel como cidadão e não com consumidor.
A praça móvel percorreu o bairro entre 31 de agosto e 28 de setembro deste ano e participará da exposição RIBA Forgotten Spaces que será acontece em Londres até novembro.
Por Constanza Martínez Gaete, via Plataforma Urbana. Tradução Naiane Marcon, ArchDaily Brasil.